Poemas -> Amor : 

Cena Cotidiana

 
Traz nas mãos, a rede
na bolsa, o peixe, do mar fruto

Leva nas mãos, o terço, vede
no ventre, a criança, da vida fruto

Ele pesca – dor
Ela sente – dor

Leva no corpo, os traços,
as marcas do tempo, das barcas

Traz ao colo, acolhe em ternos abraços
os brotos do germinar, garotos

Ele luta – dor
Ela cala – dor

Traz na face, duros sinais
da maresia, do dia de pouca freguesia

Leva a mesa, o de sempre
amargos dias, quem sabe amanhã aspargos

Ele queixa – dor
Ela tolera – dor

Leva o olhar, ao tempo
pressente a canção do vento,

Levanta-se e se faz presente

Traz os cestos, para o bazar seu melhor bordado
na esperança, por seus rendados vender e amanhã bonança

Ele torce – dor
Ela ganha – dor

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 22/4/96.

 
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AjAraujo
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