Textos : 

66h

 


. façam de conta que eu não estive cá .


hoje mesmo, quando me descobria pelas ruas da consciência, me perdi, por entre os meandros da memória me meti, como se esperasse que em algum lugar te fosse encontrar à minha espera. julgo ter-te visto apartir de então, como se a minha procura levasse o teu corpo a acompanhar-me, procurávamos os dois qualquer coisa, talvez o beijo próximo, o gesto impaciente de quem se quer muito, perto. consciente estava na certeza de te ter a meu lado, quando disse: bom dia, enquanto bebia o café, quando paguei e me despedi com um sorriso ou quando, já dentro das ruas, me fui encontrar num outro lugar. trago ainda os bolsos cheios com os sonhos da noite anterior, queria entregar-tos, poucos de cada vez, para que sonhasses toda a vida o que eu sonho em escassas horas. trago ainda a vida quente na palma da mão para ta dar de cada vez que ma deres.
 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
804
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 11/12/2009 22:45  Atualizado: 11/12/2009 22:45
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: 66h
...é esse contentamento descontente, essa inquietação que não distância, que transportas nos teus versos... (e "pão quente" de noite não é fome...)

beijos
arfemo

Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 11/12/2009 22:56  Atualizado: 11/12/2009 22:56
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: 66h
Mar,


Um sonho enorme, ou a certeza do mútuo doar como caminho para a verdade a dois. Tuas palavras continuam grandes, seja qual for a hora.

Beijinho