O estar vivo sem viver,
É o que me acontece.
É estar morto, sem morrer.
É a vida que desaparece.
Eu sinto que sou diferente,
Dos outros que são normais.
Porque já não me sinto gente,
Nem parecido com os demais.
Sinto que sou oprimido,
Por este estranho regime.
Eu sofro sem um gemido,
Mas não há quem me estime.
Mas o que é a opressão?
Perguntas tu, sem saber.
Eu dou-te a explicação,
Para poderes compreender.
O viver na opressão,
É o ter que comer restos.
É o ver a ingratidão,
Com que tratam os teus gestos.
É o ter uma vida fútil,
Sem alcançar um objectivo.
É sentires-te um inútil,
Que está no inactivo.
É quando começas a sentir,
Aquilo que nunca sentiras.
E a alguém tens que pedir,
Até o ar que respiras
É quando te falta o amor,
No destino que tu traças.
É quando ninguém te dá valor,
Por nada do que tu faças.
É quando te sentes um zero,
Que não entra numa conta.
E ninguém te é sincero,
E tudo te desaponta.
É quando tu queres comer,
E comida não te dão.
E te começam a bater,
Quando tu pedes perdão.
É quando tu queres luz,
E te dão a escuridão.
É quando carregas a tua cruz,
Numa vida de podridão.
É quando procuras a verdade,
E a ti todos te mentem.
E sofres a crueldade,
Que os outros nunca sentem.
zeninumi 4/7/2007
zeninumi.
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