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(A chave)

Viver ou morrer

Não, não soube viver, trilhei caminhos de pó
Desenraizado neste mundo doido e cruel
Servi-me das palavras sem pudor ou dó
Por vezes saíram doces, outras de sabor a fel

Escrevi sobre o que vivi, sobre o que mais amei
Pedaços de mim que soltei nas asas do vento
Deixei ao mundo retalhos que enfeitei
De esperança e sonho num breve momento

Vivi em ânsia e desatino, tudo e nada
Buraco negro que me devoraste, sim
Aguas revoltas, espada de ponta afiada

Nau Catrineta onde naufraguei, ai de mim
Naveguei esses mares em busca acidentada
Regressei de bolsa vazia, ai morte vieste enfim.

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

Na manhã de 21 de Dezembro de 1805 morre a meu ver o mais versátil e inovador poeta Português de todos os tempos, ainda desconhecido na sua essência pela maioria dos intelectuais Portugueses que pouco ou nada tem feito para repor a verdadeira grandeza da alma de um poeta que viveu muito à frente do seu tempo.
 
Autor
Antónia Ruivo
 
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