NA JANELA...
Na janela entreaberta vagam olhos
Na espera penitente fazem versos
No desejo do regresso se adornam
Na demora do retorno voz silente.
Se descerram as cortinas do abandono
E o pranto se esvai em vão lamento
Salgam faces suas lágrimas sentidas
E na alma deixa marca o sofrimento.
A janela emoldura o sentimento
De quem nela se debruça na esperança,
No afã do encontro comovente
Desses olhos com o amor que está ausente.