Poemas : 

[não julgues que tudo passa]

 
não julgues que tudo passa
como água em rio
sob ponte
e nada mais regressa

pode não ser esta a flor
que antes aqui nascera
naqueloutra primavera

sequer os teus olhos
ao vê-la
são os mesmos que a viram

lembraste da montanha
que não se sobe duas vezes
pergunto-te

mas se diversos são as imagens
os personagens ou os cenários

outro é o rouxinol no varandim
ou a mão
que delicadamente
capa o poema

eles estão aí
nos salões e nos saraus
nas esquinas
e até te escovam o pêlo
como a um cão de pedigree

morde pá a quem te morde
mesmo que mordendo morras

porque até narciso
se lançaria ao lago
não em busca de beleza
mas de si mesmo


Xavier Zarco

 
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Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
Bruno Miguel Resende
Publicado: 10/12/2009 11:24  Atualizado: 10/12/2009 11:24
Super Participativo
Usuário desde: 24/10/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 128
 Re: [não julgues que tudo passa]
Fosse o Narciso esquimó rachava o crâneo, mas fodido, via rouxinois em qualquer esquina, mesmo nas redondas!

Abraço!

Enviado por Tópico
Xavier_Zarco
Publicado: 10/12/2009 19:35  Atualizado: 10/12/2009 19:35
Membro de honra
Usuário desde: 17/07/2008
Localidade:
Mensagens: 2207
 Re: [não julgues que tudo passa]
Camarada,
E só pode ver os rouxinóis, talvez do Bernardim, isto porque Narciso é o ícone perfeito do auto-elogio, mas também do que se entrega ao Belo.
Um abraço
Xavier Zarco

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/12/2009 21:49  Atualizado: 10/12/2009 21:49
 Re: [não julgues que tudo passa]
camarada amigo
boca calada não é julgada.
Abraço.