. façam de conta que eu não estive cá .
nasceu-me uma flor dentro do peito. dessas flores que crescem frágeis nas bordas. nasceu-me no coração quando este se fazia de terra árida, dessas terras baldias que ninguém granjeia. ficou-se para ali a medrar por entre as rochas, até que, fora de estação, sorriu. era das mais belas coisas que já vi na vida, vê-la crescer. o caule fino a romper pedra, as folhas a segurar o dorso ferido, a flor. quero cultivá-la como quem cultiva um sentimento, adubá-la de emoções, cobri-la com as minhas mãos e impedir-lhe o frio.