Poemas -> Amor : 

CANTEIRO DE FLORES

 
CANTEIRO DE FLORES


Amanhã quero o dia inteiro
trabalhar como um lavrador,
sairei cedo para o terreiro
para não pensar só em amor.

Quero levantar bem cedinho,
que não faltará será vontade,
vou ficar ouvindo o passarinho
tentando esquecer sua saudade.

Enquanto ouço os cantores
sei que vou me distrair,
mexendo no canteiro de flores
esqueço da noite sem dormir.

Essa atividade ocupacional
devolve me a paz que preciso,
ali, o meu mundo é natural
ali esqueço seu sorriso.

Sei que mexendo com a terra
sinto me protegido, num abrigo,
esqueço um pouco essa guerra
que em silêncio travo comigo.

Na terra, sementes e mudas planto
lá, verduras e flores quero ver,
lá esqueço, quem amo tanto,
vendo, o meu canteiro crescer.

GIL DE OLIVE

 
Autor
gil de olive
 
Texto
Data
Leituras
1209
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/12/2009 00:35  Atualizado: 09/12/2009 00:35
 Re: CANTEIRO DE FLORES
Gil, teu poema carrega em si uma rara beleza e uma grande verdade, pois ao cuidar das flores adormecemos um pouco as dores que o amor muitas vezes nos deixa.

Beijos
Ana

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 09/12/2009 00:52  Atualizado: 09/12/2009 00:52
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10799
 Re: CANTEIRO DE FLORES
Lindo!
É bem verdade que jardinando, esquecemos um pouco
tudo aquilo que procuramos esquecer e que de algum modo nos aflige.
Eu também faço isto muitas vezes, cultivo flores,
falo com a natureza e me sinto bem.

abraço
rosa

Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 09/12/2009 01:08  Atualizado: 09/12/2009 01:08
Colaborador
Usuário desde: 29/11/2009
Localidade:
Mensagens: 1656
 Re: CANTEIRO DE FLORES
Ola

Gostei da simplicidade das quadras. Expressivas e claras. Penso apenas que devia fugir um pouco aos infinitivos... Mas o que conta é sua sensibilidade e ela está lá.
Gostei.

António Casado