Vertendo Amor
Com a beleza de tua alma fizeste florescer a alma de minha beleza, e quando afastada de ti, a lembrança saudosa rasga-me o peito e o punhal da distância faz-me sangrar, entraste na minha vida como nuvem passageira encobrindo-me o céu particular com teu manto de amor e compreensão, chegaste como chuva de verão afogando-me o peito sofrido e calando-me o pedido de socorro que ouviste através de meu olhar, e aspirando-me o suave veneno que carrego no ventre febril tornei-te refém de minhas vontades, com tuas mãos maestrinas de meu corpo tremulo, deliberadamente devasta-me as vontades em majestoso envolver, e otimizando meu sentido mais fogoso, faz-me verter amor pelos poros ainda úmidos aninhando-me entre teus dedos fúlgidos, conseguindo arrancar-me os rancores que entreteço no peito, e sorvendo de teus lábios o néctar que fora adocicado com a essência de teu amor, reeduco minha alma elevando-a ao encontro da tua, e distante do ranger de dentes, teu amor manipula-me o vigor extasiando-me a alma com tamanha sofreguidão, permitindo-me morrer nos teus domínios através da concepção de meu prazer, então, reconheço-me tua, e no enlace de nossos corpos se amando, testemunho enternecida o eclipse de nossas almas, que felizes, vibram esgotadas de amor.