Vivo nesta ânsia desmedida de procurar
o que não encontro,
caminho na torbulência dos dias,
na perda do infinito
e na agilidade dos olhares que se perdem
e desvanecem entre os dedos.
Sou nada!
Pertenço ao que não existe!
Nem sei se as aves me conhecem
ou se as gentes me amaram.
Já perdi a vontade de procurar,
o céu esqueceu-me,
o mundo nunca me teve,
as gentes trairam-me.
Ai solidão!
És sombra do que resto,
lealdade de uma mão sempre presente,
ombro dos lamentos de um olhar
banhado em lágrimas que anseia uma liberdade
que aqui não tem.
Vou partir!
Vou com as aves!...
RICARDO LOURO
Ricardo Maria Louro