Prosas Poéticas : 

Arranho as Horas

 
Arranho as horas enquanto adormece o relógio, tic-tac, e rodam os ponteiros em sintonia cravando-me de medos e receios. Arranho as horas e o tempo que as detém e antes que se adormeça o relógio por inteiro eu cravo-me os medos e arranho-me nas horas e deixo-me engolir pelo tempo enorme que me tem.
Arranho...
Arranho e corto e deixo-me morrer.
Arranho as horas com as unhas da vida, lanço-me contra a parede de sangue que se extingue, embato violentamente contra as verdades e tombo pelo tempo abaixo como uma rocha arrastada pelas águas.

Arranho...
Arranho-me a pele nas horas a descoberto, sangro este papel enquanto escrevo...


. façam de conta que eu não estive cá .

 
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Margarete
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Enviado por Tópico
rosamaria
Publicado: 03/07/2007 16:12  Atualizado: 03/07/2007 16:12
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Usuário desde: 10/09/2006
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Mensagens: 1016
 Re: Arranho as Horas
Olá Margarete
Dolorosa esta sua prosa/poétia, mas igualmente bela.
jinhos
Rosamaria

Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 03/07/2007 18:06  Atualizado: 03/07/2007 18:06
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Usuário desde: 14/06/2007
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Mensagens: 2080
 Re: Arranho as Horas
Olá Margarete

Creio que a intensidade do momento está todo ali exposto, um momento de...fúria ou desabafo em bela poesia. E tudo o vento levou, ficou a poesia que é a parte bela!

Um beijo