Duplamente lixado,
É o inocente.
Não basta a condição inerente?
De partida, precisa vencer
A própria inocência,
E nem sempre com glória.
Mas que importa?
A bravura não se mede nas vitórias,
Antes no empenho da batalha;
- Quantos covardes e batoteiros,
Desfilam em inchado triunfo?
Depois, há que vencer de novo,
A escarnecida fama de burro...
Não há sequer uma mão,
Amiga, com boa intenção,
Preciosa ajuda, solidária.
São lobos, de cordeiro vestidos,
A dar a mão, acometidos...
Prás! Mais um bofetão!
Não há quem não o seja,
Inocente, a quem um dia,
A bruta força também fraqueja.
Essa, é a maior inocência!
Está sempre lixado,
Quem mais precisa:
Orientar-se no nevoeiro cerrado,
Da confusão e da má fé;
Na frustração ficar em pé,
E no aproveitamento descarado!
São grandes vencedores,
Os grandes vencedores,
Que vencem duas vezes.
Viva o inocente,
Para todo o sempre!
Boa semana!
Garrido Carvalho
Dezembro '09