Encolho os ombros
Franzo o nariz
Escondo a lágrima de um olho petiz
É cansaço o que sinto
Nem a dor me dói
E a sensibilidade flutua
Como o vento que me rói
Na falta de sentido escrevo
E enleio a minha miséria no enlevo
Vejo breve o campo
Por cima dos ombros
Sonho-me homem activo
Por entre escombros
Depois da raiva e da saudade
Uma obra de horas incógnitas
Sou definitivamente uma inacção
Uma pouca verdade