E
se
o mar
revolto
se tornasse
no cadinho
onde o tempo
perpetuasse o infinito?
Plantaríamos fogos fátuos
nas montanhas lunares e nos
equinócios escreveríamos sinais
e com lumes acesos aqueceriamos
os silêncios e as solidões alheias e nuas
para que de cada nova noite se soltasse
um grito mais e tantos que o coro de todos eles
fosse a seara ondeante dum trigal de espigas loiras
sem ses
nem mas
nem talvez
nem nada
que não fosse
sorriso e luz
alegria e paz!
E ainda assim este poema tem a encimá-lo o se que tanto doi a quem só tem dores para desfiar à lareira dum fogo que não arde porque a esperança está prestes a morrer no borralho da cinza quase extinta!
Apesar do pinheiro verde, cinzento é quase tudo o que à sua volta se move impaciente e impassível, no alheamento dum tempo frio onde os corpos grangrenados se escondem sob papelões velhos a esconder o abandono dos simplesmente abandonados!
Em 24/11/09, pelas 20h30
Paulo César
Escrever é uma forma de estar vivo!
Paulo César