Nao tenho asas, so estas garrafas do que bebo
Junta-te a mim, eu juro que nao estou bebado
Traz-me pedacos de vidro dessas asas de papel
Com ele, lasco versos de amor na minha pele
Tenho monstros no meu armario, ja' nao sou eu
Tenho o gosto apurado, provo e critico o ceu
Critico porque gosto e nao o posso ter como meu
Estas velhas garrafas sao o melhor que me aconteceu
Agora sou poeta, outrora fui pintor
Um dia escrevi-te que nao prestas, juntos demos-lhe cor
Nao prestas, nao prestas, escrevo-o de novo
Doido com este codigo que largaste no meu bolso
Essas costas, esse rosto, essa porta o tempo todo
Essa postura, esses modos, ganham forma no meu corpo
Lasco mais um pouco, tu no espelho mais um pouco
Velho, louco, dedicacao, meu velho amor