Mitridatismo
A hora de sumir é agora
É só mais uma manhã lá fora
É quando ouve-se o quanto se é amado
É caminhar sem alguém ao lado
A hora de sumir é todo o auge
Daquilo que surge como vendaval
É o último dia de Carnaval
É quando percebe-se
Que apenas uma sombra
Já é o que conta
E se faz de abrigo
É fugir do perigo
É desafio, é cortar o espaço
Feito faca quase sem fio
É água, é fogo, é aço
É destituir, dessecar
É sentir-se sem lar
A hora de sumir
É a de chegar
De repente
A outro lugar
Ricardo Villa Verde