Roda, Rosa, roda
Embala os olhos de quem está em volta
Rosa, roda; redobra seu perfume pelo ar
Um devaneio meio torto
Exalado do pólen de uma pétala lilás
Na chuva que molha seu telhado
Lágrimas das nuvens:
formadas do vapor da sua dor
Ao verem sua majestosa postura
Autêntica criatura
Forjada de espinho e carne
Cuja alma em brasa arde
Longe de sua outra metade:
o beijo do colibri que lhe rouba o mel
Ô, Rosa, que olha ao longo
Na mata, neblina misteriosa
Em sua alma, névoa melancólica
É só mais uma tarde que se despede
Uma noite que lhe vem beijar a pele
Trazida pela aragem do crepúsculo...