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A ampulheta e o burro

 
Tags:  diabo    ampulheta    asinino    mirabolantes  
 


Asinino tem coisas mirabolantes
De deixar o diabo sem esperança
De o fazer chegar aonde ele quer

Asinino não se faz desentendido
Ele não entende porque não quer
Mas deixa-se fascinar
Da forma mais imprevisível
E sem perceber
Anula todos os efeitos
Do que observa
Deixando o diabo a pensar
«Que é que o faz então observar?»

O diabo não tira o olho da ampulheta
E espera que a areia acabe numa âmbula
Para a virar ao contrário
E assim continuar a confirmar
A sua crença na medição do tempo

Asinino vê a areia a passar
E não espera nada
Fica a olhar
Quando a areia acaba
É ele que se vira ao contrário
E como a areia continua parada
Pára o calendário.






 
Autor
Carlos Ricardo
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/12/2009 14:39  Atualizado: 05/12/2009 14:40
 Re: A ampulheta e o burro
Asinino não tem desejos de poder, não exerce nenhuma tirania, mas se quer, asinino se vira ao contrário e pára o tempo.
Giro!
Bj,
Sandra.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/12/2009 11:48  Atualizado: 06/12/2009 11:48
 Re: A ampulheta e o burro
Carlos Ricardo.

Um poema bem escrito,
profundo,
bem humorado,
bom de se ler.

Um abraço

Ulysses


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 06/12/2009 16:03  Atualizado: 06/12/2009 16:03
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Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: A ampulheta e o burro
Esse Asisino é mais fino que o Diabo. Gostei do raciocínio. Abraço