Guardem as nossas muralhas.
Que a manta dos traiçoeiros já está posta.
Olhar listo, que já me cheira a canalhas!
Embuçados estarão por certo, naquela encosta!
Anciões, mulheres e rebentos para a guarida!
Valha-nos Deus de perder agora os sensatos,
depois de aguentarem tantos invernos ingratos.
Perecerem para estes filhos de uma alma perdida.
Coragem meus sentinelas!
Depressa findará este cerco.
Lanças e escudos hirtos! Há óleo nas velas?
Devagar com os cantis que o poço está a ficar seco!
Força meus bravos que esta terra é nossa!
Honraremos o nosso rei e o seu pai que já partiu,
quando mandarmos estes cabrões para a toca que os cuspiu,
para que definhem finalmente naquela hedionda fossa!
Ouvi dizer, que se roubarem lá, cortam-lhes uma mão!
Alegria meus guardas que vem lá uma enxurrada de manetas!
Com menos partes ainda, para lá voltarão!
Esses filhos de uma cadela de sete tetas!
De pé homem! Vocês! Para os flancos!
(nem agua nem comida e que magros estão estes pobres,
e aqueles balofos a dormir de pança para o ar, malditos nobres)
Vamos! Vamos! Mais rápido seus mancos!
Acendam todas as tochas!
Não quero aqui ninguém a entrar á socapa!
Andai! Já estareis de volta para vossas mulheres e as suas coxas…
Agora agarrem-se às armas! Dá cá mais dessa zurrapa!
Imaginem só a festa que será depois de vencermos!
Os jogos! Bardos com a sua música, e até meretrizes!
Ricos, pobres, nobres e bastardos! Todos felizes!
Muito, muito vinho e a festa só acabará quando o bebermos!
Vejam! Vejam! Luzes no horizonte!
Rápido! Todos às suas posições!
Icem imediatamente essa ponte!
E que Deus vos ajude meus guardiões…