Poemas : 

E a palavra longe de aberta

 
Roubei o reino
Não roubei o verbo
Que a órbita oscila
Sem ferros voz
Somente ofega
Murmúrios meros
Mãos de manhã secreta
Veio de água convulsa
E a palavra longe de aberta
Na arca dos olhos agita
Luzindo a fome, aperta
Sôfrega habita
Num intenso desperto
Quando tudo corpo dita
Nela se completa

Roubei o reino
Não roubei o verbo


«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»

Agostinho da Silva

 
Autor
bruno.filipe
 
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