Roubei o reino
Não roubei o verbo
Que a órbita oscila
Sem ferros voz
Somente ofega
Murmúrios meros
Mãos de manhã secreta
Veio de água convulsa
E a palavra longe de aberta
Na arca dos olhos agita
Luzindo a fome, aperta
Sôfrega habita
Num intenso desperto
Quando tudo corpo dita
Nela se completa
Roubei o reino
Não roubei o verbo
«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»
Agostinho da Silva