Na clareza da escuridão
Eu vi a verdade da hesitação
De me ver, de me querer
E me refugiar na ilusão
Há pouco olhei-me no espelho
Foi a primeira vez que me vi
De verdade, nua e crua
Mas era eu mesma – autêntica
Às vezes penso em fugir de novo
È gostosa a sensação da adrenalina
Que a ilusão traz, e nas veias
Correr faz – não é pecado
Pecado é não ter ciência disto
Do movimento em que existo
No desejo onde persisto
Na ânsia de mim mesma
Mas agora finco os pés alados
Na terra que sempre me abrigou
Ela me cobra seu quinhão
Diz que a maturidade chegou
Será que caí do pé?
Minha alma ainda prefere
A cor “verde” que interfere
Acho que caí mesmo...
Bom, ao menos agora
Vejo-me como sou
Tenho armas, e muitas
Estou consciente – cada vez mais
E o espelho insiste em ficar...
Vou pintá-lo de verde.
Faze o que tu queres será o todo da Lei.
Amor é a Lei. Amor sob Vontade.