Pergunto tantas vezes a mim mesma
Porque corres, a correr ninguém te apanha
Pergunto tantas vezes ao amor
Porque choras se a chorar perdes a cor
Assim vou passando pelo tempo
Nas duvidas e perguntas me arrebento
Mas, o tempo de cansado ficou mudo
Não responde e ainda é abelhudo
Aqui e ali vai deixando uma ruga
Mais ao lado aparece uma verruga
Nos sentidos que já não são o que eram
Ai Jesus cabelos brancos, já vieram
E o reumático que teima em ficar
O melhor é dormir e descansar
Que esta vida anda sempre adiante
Tal qual um vendedor ambulante
Vai-nos vendendo em sacola recheada
Risos e lágrimas, a vivência e uma estrada
Júlia Soares
O mundo corre em direcção ao tudo, quando um dia morrer espero dizer valeu a pena.