Esta coisa de ser Português é terrível e nem sempre bem sucedida...
...É que, os arautos do "seu" nacionalismo deturpam factos,
escondem a realidade e fazem deles o recreio da imaginação, acabando por colonizar a mentira no territótio da verdade
Esta coisa de falsear a ideia da história e escrevê-la segundo os próprios interesses, tem muito que se lhe diga...
...Principalmente tem a ver com os interesses e os clamores que se pretendem para cada país...
Mal comparado, digamos que é quase como chamar pai ao vizinho do lado, sem que ele, alguma vez tivesse alguma coisa a ver com a nossa mãe...
Eu sei, por onde "andei", antes de ser o que sou.
Melhor, sei, por onde andaram os passos da minha história.
Li-a em muitas bibliotecas, vi-a em muitos museus, por esse mundo fóra, onde se retrata a história do homem e, neste caso concreto, as raízes e a expansão Portuguesa.
Sei que demos alguns santos aos altares da igreja e não sei quantas almas ao purgatório.
Sei que, a história desta ocidental praia lusitana não narra todas as suas culpas.
Não esqueço, porém, as coisas boas que legámos ao mundo e que sendo património do conhecimento da humanidade, também, nela, não têm assento.
Sei das nossas conquistas, das nossas descobertas, do nosso avanço na ciência, da nossa capacidade no trabalho e, sobretudo, de todos aqueles que têm orgulho
nas suas raízes e que, sendo filhos de outra geração, mesmo não sendo Portugueses, falam do seu passado com orgulho, com a saudade e uma lágrima no canto do olho.
Poderia lembrar, em concreto, muitas raças, outros povos, espalhados por esse mundo, mas...não o farei. São muitos.
Mais do que aqueles que se lembram de mim como filho duma colonização desastrada...
Às vezes, quando penso maduramente sobre esta e outras questões, reparo que quem fala da minha história esquece os "primores" coloniais dos ingleses, dos holandeses, dos espanhóis, dos franceses e...só menciono estes.
Não refiro a colonização imperialista...
Aqui, ali, ontem, hoje, o rol das barbaridades foi, é enorme.
Nunca pesei os prós e os contras, mas sei que os meus avós
(no sentido figurado da história) foram pessoas de virtudes,
e que, por esse mundo, deixaram marcas nos povos, nos seus costumes, no património e até nas pedras do tempo.
Dos homens que sonharam horizontes até aos poetas, por todo o lado semeámos a aventura e a palavra do sentimento rimado que enche a alma de quem lê e sonha com o fino recorte dos nossos trovadores.
Hoje, na revolta do homem, nem sempre entendido, deixo palavras "duma" poesia diferente.
Quem sabe se não com o mesmo espirito de fraternidade e solidariedade que o Portugês José Fontana, nascido em Itália, deu a Karl Marx, contribuindo com a sua experiência operária para a obra "O Capital", cujo original assinou, em quarto lugar e está exposto no Museu da História, em Londres...
...sim, porque até aqui, esta coisa de ser Português deixou marcas e tem o seu encanto!
João Videira Santos