ÁNGELOS TEES NIX (Mensageiro da Noite)
Por: Davys Sousa - 25/05/05 às 05:40 a.m
Um espírito hermético e obscuro me desperta.
Sou um verme que rasteja sobre o corpo
De um Deus. E das nuvens, a febre incerta
Me consume como o desterro de minh' alma:
As lágrimas que minhas pálpebras derramam
A febre elégica sob o ermo leito.
Sou uma árvore agonizante, onde vermes
Alojam-se no útero como o negro feto da noite.
Sou o vômito durante a putrefação
Na bruta mônada! Oh, Verme!
Vendo tua sombra divinizada
Sobre o abismo - o lírio da desgraça.
Nos lábios meus o palor já provo,
Mudos, e o meu coração devora
Meu desgosto e vomito sangue
Em noites minhas. Ouço o canto.
Em devaneios meus, um anjo me beija
Entre sombras do Vale.
Este é um presságio que ateia
Em meu pensamento.
Minha alma é um túmulo
Onde os vermes ainda habitam!
Um anjo à noite me beija
Sob núpcias obscuras e mórbidas
No uivo do Lobo Azevediano.
Davys Sousa
(Caine)