Porque me atenho a essa louca prosa
Das noites negras de silêncio entrecortado
Quando em quando por um barulho de jato
Porque me atenho a escrever do trágico que sou
No dia que perdi, querendo recuperar na noite
Perdendo muito mais que isso nesta vigília
Porque me atenho sonâmbulo no mundo escondido
Escondendo a face do sol que não sai agora
Procurando a luz de uma estrela que no céu nem miro...
Porque me atenho agitado a aprender
O que meus ouvidos estourados de ouvir negam
E meu corpo pede basta, chega de mentira.
Porque me atenho a olhar-te vida
Mesmo sabendo que passaste como um cometa
E não mais verei tua luz ...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 1974.