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.cinquenta e nove.

 


. façam de conta que eu não estive cá .


escrevo-te na primeira pessoa do singular.

como quem diz: amor e grita: depressa. dizer amor é transformar-me numa bela borboleta. gritar depressa é tornar-me larva faminta. dá-me vontade de repente de ser pássaro, pegar nas penas e migrar de encontro a ramos mais fortes. as árvores estão todas a morrer. eu cruzo os braços, ou as asas, sempre que grito depressa, já não tenho paciência para esta inquietação. já não tenho. e no entanto tenho daqui a melhor visão periférica do mundo, pelos teus olhos sei as estrelas, as flores, a primavera, o amor. é como se tivesses guardado todas as coisas simples na íris para mas entregares em dias como este.

 
Autor
Margarete
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Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 02/12/2009 21:10  Atualizado: 02/12/2009 21:11
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 Re: .cinquenta e nove. a toda esta inspiraçao
agora sei a cor que quero guardar na retina da árvore.a cor do que sinto pelos teus olhos quando os tenho.porque o tronco desta árvore à muito tempo bebe o teu corpo liquido.e para a sua boca caminha esta afinidade.com te explicar que a noite traz-me aperto e que bate um vento frio cá dentro.é por esta razao que tenho que te dizer.
-que pássaro és tu que me escapa tanto.

Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 02/12/2009 21:53  Atualizado: 02/12/2009 21:53
Membro de honra
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 Re: .cinquenta e nove.
Gostei (ainda bem que não é meia nove) demais do seu poema.
Abraços

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 02/12/2009 22:05  Atualizado: 02/12/2009 22:05
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Usuário desde: 29/10/2008
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 Re: .cinquenta e nove. para mar
sim...pode ser inquietante o amor.inquietante também é ler-te.sempre.

um beijo,amiga.

Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 02/12/2009 22:49  Atualizado: 02/12/2009 22:49
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 Re: .cinquenta e nove.
...das metamorfoses passei( lendo) à visão periférica...e que ela te guie, cristalina, vida fora, como no teu texto sublimaste...

beijos
arfemo

Enviado por Tópico
JoseRoque
Publicado: 04/12/2009 14:40  Atualizado: 04/12/2009 14:40
Muito Participativo
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Localidade: Braga
Mensagens: 68
 .cinquenta e nove. para mar
às vezes perceber o que se lê é só sermos sinceros connosco mesmos. não ter medo de nos vermos como somos. escreve-lo como tu é transborda-lo em árvores onde pousam borboletas, como aceitar que por trás das nuvens há mais céu. posso não saber bem o que são as árvores a morrer, ou em que sentido se dão as migrações das aves, mas é na proximidade dessa época que tremem todos os ramos a quererem libertar-se das folhas velhas, com pressa que as novas dêem espaço aos novos ninhos da primavera.

um beijo