E todo tristonho vou embora!
Adeus, amor da minha vida, adeus!
Adeus insensatez de outrora!
E ela, chorando, me respondeu:
“- Adeus!”
Tanto tempo passado sonhei!
Sonhei meu amor, nos braços teus!
E em sonhos tanto eu chorei!
E chorando, ela me respondeu:
“- Adeus!”
Ó solidão; castigo do infeliz!
É o pesar, de quem na vida morreu!
Este infausto ser é quem diz!
E ela, chorando, me respondeu:
“- Adeus!”
Do olhar, uma lágrima mirra!
Estiolada no chão, inda toda ardeu!
Ardeu como incenso e mirra!
E chorando, ela me respondeu:
“- Adeus!”
Tão em ti, o amar encantado!
O amar que foi, em mim, tanto teu!
Tanto que me foi arrebatado!
E ela, chorando, me respondeu:
“- Adeus!”
Do condenado, a dor é medo!
É medo do amor que não esqueceu!
E feneço em tão fiel segredo!
E ela, me respondeu chorando:
“- Adeus!”
E sou todo rascunho ausente!
E a ela, nem uma carta dita volveu!
Nem um venturoso presente!
E ela, chorando, me respondeu:
“- Adeus!”
(copyright by tanatus – 29/11/2009)