Modernidades (Ode)

É triste constatar. Sendo novo sinto-me velho, ou melhor, sou um cota como os mais novos que eu sugerem. Uso um vulgar telemóvel, quase parecido com um tijolo. Definitivamente, não serei vítima da moda. Abomino linguagem SMS, mas pronto vou abrir um precedente:
- Curti tótil o teu txt.

Infelizmente é assim mesmo.
Um dia, num certo Natal, recebi como todos nós centenas de mensagens de “feliz Natal”. Entre aquele amontoado de nadas vinha pendurada a mensagem de um Amigo, com uma ladainha igual a todas as outras, distantes do coração.
A dor esfacelou-me, sangrei e a descrença na modernidade mórbida estalou.
Pensei sobre a ferida aberta.
No outro dia, liguei e disse-lhe apenas o que devia ser dito. Magoado disse que jamais tentasse substituir a voz pela tecnologia, o abraço era fundamental, e aquela palavra final precisa – Feliz Natal.
Assim Maria João fiz a minha parte contra as tecnologias, mas apenas luto contra o mau uso das ditas más tecnologias.
Tirando estes adultérios perigosos, confesso-te que adoro as novas tecnologias, posso sempre dizer-te o que penso.
Belo texto, adorei comentar.
Beijo Maria João
JLL

A parte inicial do teu soberbo texto fez-me viajar àquela célebre campanha dos pastores 'tou xim!'

Eu que não sei ler nem escrever aquelas modernices nas sms, contento-me em ler-te, na celebração da tua mente, ainda que desvairada.

beijo

E quando aparecerem os hologramas das perfeições a inventar?....
jinhos
Rosa

Texto soberbo, MJ
Qualquer dia até o amor
é plastificado. compra-se
nos supermercados um pilimpim... qualquer...
e... já está!
Um beijo
Vóny Ferreira

..discordando com quem tenho enorme apreço e discordando com quem gosto imenso ( nao sei quem é um e quem é outro),

-nunca pensei em abrir os olhos para as modernices agora instaladas às estaladas pelas ruas mais bonitas da cidade..esta coisa que nao acho,porem, esta coisa bem analisada me daria concerteza vómitos daqueles em que a feijoada a bem pouco atras soube que nem uma maravilha de outra magnitude que até tive que repetir uma e outra vez...o espelho da sociedade moderna talvez,é redondamente fútil,digo redonddamente fútil porque é interminável.contudo, que seria de mim sem ti ..internet.


beijo

Olá Horroris

Um excelente texto mesmo....
Adoro as modernidades e hoje
sei que sou dependente dela
tanto quanto muitos, mesmo
que achem certas coisas um
absurdo, são e serão bem vindos
a única coisa que me preocupo
de verdade é com a poluição
ambiental, mas sei que os humanos
vão as poucos se educando para
que tudo esteja em seu devido
lugar ....Parabéns!

Beijinhos no coração

Eu diria ou perguntaria o que seríamos nós sem estes meios de comunicação? E mais pergunto, serão eles reais meios de comunicação ou só mera dissipação dos acontecimentos? E se tanta comunicação porque me surgem amiúde tantos sinais de solidão?
Perguntas que ficam como são, ...só perguntas!
Um beijo M João

As novas tecnologias são uma faca de dois gumes. Ora inovadoras e dando um passo em frente no nosso conforto e bem estar, e ao mesmo tempo, criar um fosso entre quem por motivos diversos não consegue acompanhar a evolução dos tempos, por diversas razões, ficando excluídos, e info excluídos.

Bom texto, vizinha

Beijinhos

Gil

muito pertinente,maria joão,já que é a realidade que nos cerca.mas estranhamente,vejo as coisas com naturalidade.não quero parecer-me com aquelas pessoas que ficavam a olhar para a máquina de lavar roupa desconfiadas e simultaneamente fascinadas como se de um ET se tratasse.ou aquelas outras (não há muito tempo)que achavam de início rídiculo quem tivesse um telemóvel.não acredito que, apesar de tudo, toda a tecnologia mude na sua essência o que faz de um homem um ser humano.os contextos mudam,é normal.ainda vamos comunicar com hologramas,sim.qual é o mal?outras coisas me preocupam.acho que continuariam a ser as mesmas,se não houvesse internet hoje em dia.é com a evolução do pensamento e dos valores,das mentalidades e das políticas que nos devemos preocupar e não com os meios de que dispomos para nos expressarmos e comunicarmos.já aqui li cartas bem mais bonitas do que outras lidas no velho e bom papel.

beijo futurista,
alex

eu que sou do tempo que o arroz 15 só custava 14 até gostava que as modernidades chegassem a vários sitios do nosso pais, onde se vive ainda sem electricidades e àgua canalizada.

beijo

Maria João,
Esta tua ode é uma boa chamada de atenção ao consumismo excessivo e à total dependência de futilidades.
Com tudo isso as famílias já não conversam cara a cara, até porque, por vezes têm tão pouco para se dizer umas às outras.
E não adianta negar, todos somos dependentes das tecnologias e afins.
Eu só não sou de roupas e coisas de marca, mas este portátil é a minha perdição.
Paciência, mas através dele também me conecto com pessoas fantásticas, como, por exemplo: tu.
Beijinhos de muito apreço e amizade
Nanda