O dia 13 está prestes a chegar. Com ele, a profecia dita, que irá chegar à aldeia de Naif, numa sexta-feira 13,um cavaleiro todo-poderoso, para acabar com os malfeitores que se apoderam constantemente dos pertences da aldeia, para pilhar e assustar os seus aldeões.
A aldeia de Naif, fica na antiga Gáulia. O tempo vai passando e com ele, urge a esperança do famoso cavaleiro aparecer. O chefe da aldeia, pouco ou mesmo nada, pode fazer, para travar a onda de pilhagens que os Hunos fazem insistentemente na sua pacata aldeola.
Saqueados e agredidos, nem mesmo as mulheres, ou os mais idosos, escapam àquela gente sanguinária sem escrúpulos.
Os Hunos apercebendo-se que a profecia não se cumpre, aproveitam para deitar a mão, a tudo o que lhes aparece pela frente. Depois de efectuarem uma verdadeira limpeza, eis que o chefe do bando, dá então ordem, para retirarem. Cavalgando a grande velocidade, batem depois em retirada, desaparecendo por entre a poeirada.
Mais uma vez tinham sido, roubados; abandonados e entregues á sua má sorte.
Gustav o rapaz mais velho de seis irmãos, olhava para a sua mãe desolado. Verificou que mais uma vez, todos os frutos que tinham apanhado naquela manhã, tinham sido vandalizados e destruídos.
Desejava tanto que o seu pai ali estivesse com eles naquele momento. Mas era de todo impossível, seu pai, tinha falecido á poucos meses. Ouviu-se mais uma vez, o som ensurdecedor que vinha do corno da aldeia. Ainda não estavam refeitos do último ataque e lá vinham os Hunos de novo, pensou Gustav.
Ao longe, surge a famosa e aterradora nuvem de pó. Todos procuram abrigo por perto, receando novo ataque dos invasores. Mas foi falso alarme. Para satisfação de todos, não era o bando dos malfeitores.
Tratava-se da presença de um cavaleiro. Seria o tão prometido guerreiro que iria proteger os habitantes da aldeia?
Mas não era a figura que todos pretendiam que fosse. Tratava-se de uma linda rapariga, de aspecto estranho, montada no seu lindo cavalo. Ficaram aliviados mas ao mesmo tempo, desapontados. Verificaram, que afinal de contas, o cavaleiro não era o guerreiro.
A linda rapariga, parou junto de Gustav, parecia não falar a mesma língua do aldeão. Trazia consigo um saco em pele de cabra. Atirou-o para os pés do rapaz e soltou umas breves palavras, que só o chefe da aldeia entendeu. Bateu com as esporas no cavalo e afastou-se.
Gustav perguntou então ao seu chefe, que traduzisse aquelas palavras da rapariga e explicasse porque razão, deixara a seus pés, aquele saco para ele agarrar.
Sorriu para o rapaz, dizendo para ele não se preocupar e agarrar o saco que a Deusa da Guerra lhe tinha deixado. O sábio chefe, começou então por contar a Gustav, que tinha sido ele o escolhido para cumprir a profecia da sexta-feira 13. Seria ele que a partir daquele momento, iria receber a chefia da aldeia. Dentro do saco que a Deusa lhe deixara, estava um Gongo em bronze, revestido de enormes poderes.
No dia seguinte, quando os Hunos voltaram á aldeia para mais uma pilhagem e massacre, Gustav ordenou que tocassem o Gongo da Deusa da Guerra. Ressuscitaram então da terra, montados em poderosos cavalos, 13 famosos guerreiros, que em tempos, ninguém ousou desafiar, para protegerem assim, a bonita aldeia de Naif, de todos os males.
GABRIEL REIS