Dormes tranquila
junto à orla de um rio
na calidez suave do sol
que emana ondas como
asas de pássaros
pousados na areia fina
do regato.
Pequenas ondas
translúcidas como braços
invisíveis tocam teu corpo
adormecido
mormente os pés que rasam
a água deste rio tão dilecto.
Ouve-se o coaxar das rãs
e o chilreio dos pássaros
e o rio desce em ziguezague
por entre as pedras polidas
pela continuação das ondas
cavalo, galgos de espuma
que fazem burilar o
paraíso bucólico
em que te encontras.
E por entre o bailado dos Nardos
anuncia-se o lenitivo de mais
uma tarde calma e
resolves despertar
e guardar para amanha
mais um dia de espanto e
de sossego, nas asas de um rio
que não pára de correr
infatigável à compreensão
humana.
Jorge Humberto
27/11/09