Portão enclausurado
Brisa empalada por chaveiro
A lira erudita é a filosofia
Do estéril cancioneiro
Quero amanhecer a luminescência do ensejo
Adormecer sob o aconchego do mundano seio
Oceanos da paz desejo
Solfejar cânticos de Ioruba no terreiro
Penso em deslizar por desfiladeiros
Acossar insanamente o desterro
Naufragar minha coragem nos mares do desassossego
Encharcar a minha mente
De Raul Seixas
Ao entrar em êxtase
Por beber vinho seco
Sou o beijo que beija a todos e a si mesmo
Favelas incessantemente recrudescendo
Faca cortando o tédio e o engarrafamento
Lança lançando o lamento
Faísca faiscando o incêndio
Vento que venta sobre o meu vento
Sinto o sentido sentimento
Morro no morro do momento
Produzo o pão do penoso pensamento
Ando azulejando aragens
Passo o passado da passagem
Vivo viajando na viagem
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA