SEDE DE GUERRA
Há muitas coisas que urge serem feitas
Há muitos passos para serem dados
Há muitos seres humanos mal amados
Há muitos caminhos mas a estrada é estreita
Nos teus olhos vivos de ansiedade
No sonhado fulgor da adolescência
Leio neles ainda um grito de clemência
Sonho instante da maltratada Bagdad
Já lá vai tempo, ah quanto vai
Da minha retina esse olhar não se esfuma
As bombas contei-as uma a uma
Monumento à desumanidade que não cai
Para a posteridade pois o simbolo
Do ódio absurdo e visceral
Ditado por razão não racional
Para o futuro o mais triste evento
Clamor de revolta ao mau senso
Á luciferina sede de guerra
É urgente pôr-lhe termo nesta terra
Contra o ódio, outro ódio se ergue tenso
A tua imagem jovem fica inscrita
Naquilo que é a minha humanidade
Homem feito que serás, ama a verdade
Sobre ti não caia mais a desdita
Antonius
(A quando da 1ª guerra do Golfo)