O marido entra em casa depois de un dia de trabalho calmo.
-Boa tarde, diz ele
-Ah és tu? Já chegas-te?
-Não, não vês que não? Pensavas que era o vizinho? E ainda não cheguei, estou à espera do autocarro para vir para casa, sempre tens cada pergunta parva!...
-Uma pergunta parva?
- Claro que é, se eu soubesse, não terias casado com um parvo e eu não me teria casado com uma parva!
-Pronto, lá estás tu com as tuas parvoíces!
-Achas que digo parvoíces? E tens razão. Que parvoíce foi quando eu te pedi para casares comigo
e tu, parva como és, aceitas-te.
-Fui bem parva, fui, casar com um parvo como tu!
-Tens razão. Fui mais do que parvo quando o padre me disse que me tinha casado para o melhor e para o pior, e eu assinei, ele devia de ter dito casado para o pior e para o pior, assim não achava estranho o que se passou entre nós depois do casamento, só parvoíces!
-Bom, vamos lá acabar com a conversa parva, já vis-te há quanto tempo estou sentado à mesa?
-Já vi já, queres jantar?
-Eu? Não! Está-se mesmo a ver que estou aqui para jogar uma partida de bilhar, não achas?
-Eu não acho nada, não tenho sorte!
-Bom, é melhor ir para a cama.
-Vais-te deitar?
-Não, vou ficar de pé.
-E para fazer amor, também fazes de pé?
-Fazer amor? Com quem?
-Comigo, olha bem para esta parvoíce!
-Porquê? Há uma parvoíce que faz amor?
-Oh meu parvo, estou a falar de mim:
-Era o que eu desconfiava, uma parvoíce fazer amor.
A noite passa e o marido pela manhã levanta-se, toma o café, dá um beijo à sua mulher e diz:
-Até logo!
-Vais trabalhar?
-Tu achas verdadeiramente que eu sou parvo? Trabalhar, eu?.Depois do tempo que nós somos casados, ainda não te apercebes-te que eu sou funcionário publico?
A. da fonseca