Pondo os olhos nos montes do sertão,
Vê se as nuvens tristes sobre o verdor,
Onde o poente sol repousa o calor,
E nasce a noite em farta escuridão.
Compõe se a cena da contemplação,
As águas do riacho pairando em dor,
Lançando a quietude pra sobrepor,
O ritual que remonta a solidão.
Nem um pássaro cantarola rouco;
Só o silêncio cobrindo a imensidão,
Revelando a agonia pouco a pouco.
Assim nasce a bucólica canção,
Os sinceros versos de um vate louco;
Cenário do seu próprio coração.
E.A.S – Ed Silva 18/11/2009 – SP