"Fiquei a meditar muito tempo na muralha. É em ti que a verdadeira muralha existe. ” (Antoine de Saint-Exupéry).
Às vezes é como se ...
Um pequeno muro
Surgisse subitamente
Em nosso caminho.
À medida que dele
Nos aproximamos,
A indecisão aumenta o muro,
Obstáculos parecem intransponíveis.
Assim é a vida,
Surpreendente a cada caminhada,
Deslumbrante a cada mirada.
E o "viver" requer muita paciência
Boa dose de tolerância
Para bem viver bem a "experiência".
A verdade é que muitos muros
São por nós mesmos erigidos
Frutos de nossos medos, desesperos,
Frustrações e inquietações.
Onde antes não havia barreiras
Juntamos tijolos, argamassas,
Erguemos paredes e muralhas
E, assim criamos o mito
De que transpor o muro
Represente um sério risco
Buscamos a inércia da acomodação
E a resignação da zona de conforto
Para dizer "é assim mesmo",
Bloqueando as tentativas de superação
Por receio de enfrentar o "outro lado",
O que está além do muro,
A transformação nos assusta
E assim mudamos o rumo...
Viver é uma oportunidade
De renascer, a cada instante
De reaprender humildemente
Os passos da dança cósmica
Onde o palco da terra
É tão somente a primeira escola
De nossa dinâmica evolução espiritual
Ainda que não resistamos à fatal
Onda de consumo material.
Assim, é preciso coragem, força,
Muita determinação, fé e paz
Para romper "a muralha" da penumbra
E mergulhar no espaço infinito da luz...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 23 de novembro de 2009. O poeta reflete sobre as diferentes reações diante dos inevitáveis infortúnios que fazem parte da vida.
Imagem: Islândia.