Minha alma quer ser livre,
No entanto não é.
Existe um querer que não é seu querer.
Voa por toda parte.
Conhece galhos
E por isso já se viu presa.
Está viciada.
Tantas gaiolas se abrem
Mas ela insiste em ser prisioneira.
O querer não é seu querer.
Que azul é esse que a ofusca
Num horizonte que a enquadra?
Tenta um vôo rasante
E seu bico se encolhe.
É um querer sem querer.
Suas fantasias
Onde estão?
Sente dor.
Não é a mesma porque mudei
Não é a mesma porque tudo mudou.
Meu querer não é seu querer.
Quer ver o azul novamente
E mergulha no rasante de uma dor
Que é fria e a congela.
Pensa num céu que a aprisiona
E se lembra de qualquer acalanto.
Seu querer é realmente um querer?
Tenho insônia.
Finjo fechar os olhos.
Disfarço.
Rolo na cama.
Sinto culpa!
Aprisiono essa alma alada.
Alma sem querer.
Não é de seu direito ter asas.
É alma feminina
Não tem querer.
Esfrego os olhos
Não tento querer.
Mas o céu a acolhe
Não tem forças.
Sem culpa,
Sem querer.
Ziza Saygli