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Quando era pequeno
Sonhava ser grande
E crescia sem notar
Menino pobre na vila.

Quando era pequeno
Corria pelos campos
Não parava nem aos gritos
A força não minava

E explodia em meus gestos
Não havia expectativas futuras
Curtia o minuto, o segundo,
A bola, o botão, o momento.

Hoje, findo o crescer
A vida adulta assusta
O sonho ainda é curto
E humilde sigo a vida.

Hoje, já não mais corro
Pelo prazer de outrora
Outros campos – não tão verdes -
Esperam-me na cidade grande

E meus curtos passos
tremulam aos rudes sons
De buzinas, de apitos
De carros, de ônibus, trens

Gestos inexpressivos nada atraem,
Em passadas largas tomo o lotação
Em ondas de ansiedade, agita-se o coração,
Procuro viver o dia, correndo das divisões.

AjAraújo, o poeta humanista, escrito em Novembro de 1976, revisitado em 2014.
 
Autor
AjAraujo
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