É o aroma do teu beijo
Na ternura do teu abraço
Que fala e canta o teu amor
Como sonata no entardecer
E agarro-te como se fosses cristal
Sentindo na respiração do teu silêncio
As palavras que deténs como tesouro
Sentindo no teu olhar as sílabas
Do que temes dizer
Leio- te desnuda como poema
Ou pintura célebre por decifrar
Compondo no teu corpo uma Élegie
Em pianos subtis com crescendos lentos
Que entoas como ave na Primavera
E já não sou eu quem te toca
Mas a minha alma que te sente,
Despida de discursos banais,
Num véu de murmúrios geniais
Em codas e cânones corporais