... e foi quando reparei que havia por aí, coisas iguais a mim ao desbarato, que têm muita vontade de ser. Só isso.
São estes momentos, que passam num relance, em que a gente até se lembra que se sentem saudades do ou de quem nunca se viu, que nos dão uma forma nova de nascer.
É coisa que nos dá palavras à boca e aos dedos e nos faz correr atrás de um papel qualquer com um lápis na mão para
desenhar um feliz
com os cantos dos lábios subidos
entre as orelhas e o nariz,
deixar-lhe algumas sardas
postas entre aqueles olhos de petiz
e dei-lhe forma e cor.
O menino com cara de traquina
fez-se num texto.
São os momentos em que perguntamos ao sim e ao não: “Posso escrever?”. Não nos vão dizer nada. Mas escrevemos na mesma coisas de querer amar e da gente, sem nos importarmos com
o que há-de ser de nós
se depois de se soltar a voz,
o som parar antes de se calar?
É quando reparo outra vez que são só momentos, fragmentos rápidos que, por que o são, acabam por ser coisas da memória que, idas, nos encostam a um
olhar para as pedras da calçada
com olhos de gente cravada
em existência de perguntas constantes...
e pergunto, em voz calada
sobre as coisas chegadas e distantes...
... à procura de um relance de outros bocados de vida.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.