VERDADE
Estando há muito tempo preso na solidão
As pedras que chocam com minha cabeça
As trevas me assombram
Momentos que passam calados
A maldição que me acompanha
Deixando a vida e caindo na morte
Escalando a verdade pendente
Tendo mil correntes presas a mim
O fogo queimando as mãos
A morte que some de meu corpo
Estando a mercê do acaso
Momentos a minha frente
As águas que saciam a febre
Penetrando nas feridas do tempo
Arrancando as dores do passado,
Reclamante do ontem,
Em meio à neblina espessa e secante
Caindo em meio os espinhos
Imaginando o fim
Derramando o sangue
Oferecendo a dor para a morte
Sentindo a aflição da eternidade
Pesando em meus ombros
Procurando o fim para meu descanso
Caminhos que andam em círculos
Dividem meus pensamentos
Passando os anos
Restando somente a visão embasada
As poucas linhas escritas no papel amassado
A verdade do martírio ilusório
E o som da batalha chegando ao final
Aparecido Luis Ferreira