Quando morrer, quero morrer sozinho.
Quero morrer na intimidade
Daquela minha saudade
Dos meus tempos de menino.
Tempo em que eu não conhecia o pecado
Tudo era simples e eu era amado
Com o amor o mais sincero
Que só de pensar ainda me sinto bem
Daquele amor verdadeiro, amor de mãe!
Quando morrer, só quero levar comigo
A saudade do meu cordão umbilical
Que me mantinha em vida
Numa piscina de amor onde eu nadava
Sem pressa de ver o Sol ou a Lua
Nem tão pouca aquela rua
Que me me viu crescer e correr
Para a minha adolescência.
E eu corri corri, sem saber
Que essa rua, essa estrada da vida,
Nos leva por vezes aos não desejos
Com o tempo, diminuem os beijos,
Aqueles beijos maternos
Seguem-se os beijos do inferno
Os de pecados de amor,
Quero morrer sozinho
Na intimidade da saudade
Quero morrer com a alma em liberdade
A. da fonseca