Na inutilidade das palavras
Suicida-se o tempo.
Desfolham-se os sonhos
num coração
de Outono
condenado à sede de uma vida
sem delitos.
Nem o bater das asas de uma ave
desperta o teu abandono
És oração de vento
. . .feita em gritos.
Nem o ritual da vida que te prende os pés
É sussurro do que foste . . .e do que és.
A cidade sobrevive
no traço do teu corpo inerte
que bebe do copo do silêncio
arremessado à tua solidão
nesse banco de jardim
. . . que é teu irmão.
E eu sinto-me vazia…
tão vazia que me falta inspiração!