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Duas Almas*

 
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Duas almas*

Isto aconteceu bem distante no passado,
Artur foi condenado por um crime que não fez
porque o juiz queria liquidar a sua vida e
conquistar-lhe a esposa ao ficar na viuvez
e disse para ela: - “se quiser salvar o amado,
um dia pelo menos junto a mim tens que passar”
fingindo que aceitava disse Lurdes: “eu consinto,
só depois que a vida do meu amado salvar”.

Respondeu o juiz: “ele já está condenado,
mas vou tentar salvá-lo e os soldados vou mandar
usar balas de pólvora e quando ele ouvir os tiros,
fingindo-se de morto ele deverá tombar.
quando todos saírem ele fugirá com vida e
você venha logo aos meus braços se entregar”
Lurdes foi na cadeia contar tudo ao seu esposo,
o truque combinado pra da morte o libertar.

Mas o juiz maldoso quando Lurdes foi embora,
deu ordem aos seus soldados que o matassem sem perdão
do alto da montanha na hora do fuzilamento,
Lurdes assistiu sorrindo seu amor cair ao chão
quando todos saíram ela esperava ansiosa,
mas como demorasse lá do chão se levantar,
alegre, imaginando que ele estivesse com vida,
correu beijar-lhe a face e contente lhe avisar:

“Desperta, meu querido, os soldados foram embora,
levanta e fugiremos pelo mundo, amado meu
por que tu não respondes? hein? É sangue, está gelado!
Meu Deus, fui enganada meu amado já morreu"
E agarrando-se a ele atirou-se da montanha,
os dois corpos rolaram e quando o dia amanheceu
encontraram abraçados os dois corpos já sem vida,
porém as duas almas foram ao céu junto de Deus.

*Letra e Música- José Fortuna (1.960)



verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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