O começo talvez já seja
O fim de tudo quanto pensei,
Começo a procurar
Pelas folhas do último verão
Que nem escrevi,
que nem vivi ...
Ter uma mente aberta,
Mas, mal estruturada em seus atributos,
A curta memória de si, apaga aos poucos,
Aquilo que te é mais caro - a lembrança.
O próprio ego se acomoda a este vil
Mundo que sonhamos (pensamos) viver.
E que dia é este? Que costume é este
De data, de hora, que nos assola...
Por interrogações nos dias, exclamações nas
Vividas horas e pontilhar os minutos amados.
O que traz esta data, creio que nada
Por agora somente uma Dança Alemã de Schubert
Por ontem uma viagem ao planalto central
Um sonho verde, de arroz, cerrados e meninas
O que gostaria de trazer à tona
Seria apenas o presente, o hoje, o agora,
Mas minhas pesadas vestes, molhadas pela chuva
Do passado a clamar por lembranças
A jogar-me para trás e à frente,
As preocupações, em vão negocias
Tentas resolver, mas chega,
E de uma vez por todas, Recomeçar!
AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em 1978.