Pedras e buracos no meu caminho.
Sem reais amigos... Sem espelho...
Passa por mim, velocípede, um coelho...
Estou me cansando... Fica difícil
Se desviar dos empecilhos nessa
Minha caminhada...
Vou andando lentamente...
Estrada suja e feia sem ladrilhos...
Procuro com meus olhos por alguém...
Não encontro nada nem ninguém...
Acho que me encontro sozinho...
Chego numa confusa bifurcação.
Por qual caminho devo seguir?
Assim, do nada, num só segundo
Aparece-me uma assombração...
Uma gigante e fumante lagarta...
Não tenho escolha. Peço informação...
Ela soltou uma gargalhada e se pôs
A rir de mim...
Perguntou-me aonde quer ir meu coração...
"Não sei", apenas assim eu lhe respondi...
Com a argúcia de uma egípcia esfinge
Disse-me, sem sequer hesitar:
"Para quem não sabe aonde se quer chegar
Por qualquer caminho se pode seguir."
Fim!
Gyl Ferrys