MÃES DA SÉ...
Sentadas na escadaria da catedral já fazem parte de um triste cartão postal.
Seguram em suas mãos tremulas e calejadas, um cartaz com nome e fotos de seus amados:
Quantas noites em claro, quantas lagrimas derramaram, quantas lagrimam inda irão derramar.
Como dizer a estas mulheres não aceitas sobre sua vida nem uma maldição.
Como dizer o choro pode durar uma noite toda, mas a alegria vem pela manhã...
Estão-se caindo no esquecimento, ali em um pequeno grupo já cansadas e sem esperança.
Olhos perdidos na imensidão de um vazio em meio a tantas agitações.
Um vai vem de pessoas, que mal as enxergam muitos as ignoram:
Talvez por estarem em busca do seu próprio eu.
Na noite fria, e silenciosa sua alma grita.
Seu coração sobre salta ao ouvir o som do telefone fora de hora, seu corpo estremece quando
Fora de hora batem em sua porta.
Em vão vigiam como sentinelas no deserto.
Os dias passam e vão caindo no esquecimento sua presença nas escadarias torna-se invisível,
Aos olhos perdidos da multidão.
Mas elas esperam, e desesperadamente procuram uns seus filhos queridos, outras seu esposo, irmão, um parente ou um amigo, esperam...
Como a terra espera pela chuva em dia de seca!
Em meio esse mar revolto, ansiosas, e inseguras, com a alma estilhaçada pela dor da saudade!
Esperam!
Ainda que suba no mais alto monte, ainda que com olhos de água examinem a terra, nada encontram que aliviem sua dor.
A dor da perda quando tomado pela eternidade, deixa tristeza e muita saudade: mas a dor da perda daquele que foi arrancado do nosso lar e levado como poeira sem deixar rastro corrói a alma, deixa dor, insegurança, medo, e muita tristeza, Jogando suas vitimas no mais escuro labirinto de incerteza.
Mães da Sé que seus gritos de silêncio alcancem toda humanidade para essa dura realidade.
MÃES DA SÉ! Mães da fé que neste natal possam ser presenteadas com o abraço daquele que de sua tenda foi arrancado.