Prosas Poéticas : 

A minha verdade.

 
Nas mãos da verdade escrevo os sonhos em gemidos breves, latidos longos numa ânsia intemporal… Escrevo com o prazer da candura de um beijo não dado na boca de quem se sente, escrevo e reescrevo os sonhos em melodias silenciosas que prendem a alma num primeiro e duradouro toque.
Entrego-me numa verdade minha, dura e pura, crua mas minha! E nesta verdade sou corcel selvagem e cavalgo em todas as direcções, cavalgo rumo aos sonhos desfeitos em margens de realidades perigosas… Nesta verdade não sei ser senão a pureza dos actos não premeditados que se executam num acaso sublime mais valioso que a realidade ingénua onde mergulhamos depois…
Porque esta verdade cansa e muitas vezes incomoda ouvir as suas palavras, palavras que destroem sonhos, acabam com esperanças, palavras que doem de duras e cruas, doem de puras…! Palavras que se revelam em certezas absolutas e não passam de incertezas relativas…
Verdade? A minha verdade? Soubera eu quem a possui e a minha vida passaria a ser dessa mesma pessoa… Não tenho a minha verdade, não tenho nenhuma verdade em todo o meu corpo, só tenho os sonhos fracassados, mortos pelas mãos da realidade em madrugadas plenas de verdades…


. façam de conta que eu não estive cá .

 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1541
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 29/06/2007 09:39  Atualizado: 29/06/2007 09:39
Colaborador
Usuário desde: 14/06/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2080
 Re: A minha verdade.
Olá Margarete
Gostei muito do texto (aliás de todos os textos que li!)
É intenso, puro e com uma beleza apaixonante.
Quem escreve assim, não pode parar!
Obrigado por partilhar
Um beijo