Nas mãos da verdade escrevo os sonhos em gemidos breves, latidos longos numa ânsia intemporal… Escrevo com o prazer da candura de um beijo não dado na boca de quem se sente, escrevo e reescrevo os sonhos em melodias silenciosas que prendem a alma num primeiro e duradouro toque.
Entrego-me numa verdade minha, dura e pura, crua mas minha! E nesta verdade sou corcel selvagem e cavalgo em todas as direcções, cavalgo rumo aos sonhos desfeitos em margens de realidades perigosas… Nesta verdade não sei ser senão a pureza dos actos não premeditados que se executam num acaso sublime mais valioso que a realidade ingénua onde mergulhamos depois…
Porque esta verdade cansa e muitas vezes incomoda ouvir as suas palavras, palavras que destroem sonhos, acabam com esperanças, palavras que doem de duras e cruas, doem de puras…! Palavras que se revelam em certezas absolutas e não passam de incertezas relativas…
Verdade? A minha verdade? Soubera eu quem a possui e a minha vida passaria a ser dessa mesma pessoa… Não tenho a minha verdade, não tenho nenhuma verdade em todo o meu corpo, só tenho os sonhos fracassados, mortos pelas mãos da realidade em madrugadas plenas de verdades…
. façam de conta que eu não estive cá .