Poemas : 

réplica

 
Tags:  Armistício  
 
quando a guerra acaba
cega a solidão
com o barulho da chuva
a bater no chão

deserto sereno
em lugar de areia
tem corpos,
mas já sem veia
nem veneno

no ar nauseabundo
um zumbido de mosquitos
passo a passo vagabundo
mente cheia de conflitos

ainda se ouvem os gritos...

por mais dias que passem
por mais longe que fossem
tais passos,
ainda haveria conflitos
porque ainda se ouvem os gritos...

 
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Freya
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Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 11/11/2009 18:44  Atualizado: 11/11/2009 18:44
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
Localidade:
Mensagens: 3482
 Re: réplica
Pode a guerra terminar, mas o eco dos gritos de inúmeras vidas dilaceradas permanece por várias gerações...

Abraço

Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 11/11/2009 18:48  Atualizado: 11/11/2009 18:48
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: réplica
jamais alguém calará esses gritos que se entranham no sangue da cegueira humana.
forte, muito forte.

beijo
MG

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 11/11/2009 19:13  Atualizado: 11/11/2009 19:13
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 réplica à freya
há gritos que nos olham de frente, são os mais vivos. aqueles que arranham a carne da garganta. há gritos que se dão com o corpo todo e no entanto deles não provém nenhum som. são lágrimas.

sobre o veneno nada digo, faltam-me as palavras.

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 12/11/2009 18:52  Atualizado: 12/11/2009 18:52
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: réplica
Um poema belo e triste
as rasgar as consciências.
Parabéns!
Vóny Ferreira