Enfim! Desta vez parece que posso ficar tranquilo, o nosso amigo esqueleto, convencido que a criminosa tinha ido para França, estou convicto que ele abandonou a prosseguição
Então eu lá ia e vinha do trabalho para casa sem medo, à noite, voltei a sair sem problemas.
Quinze dias se passaram e lá fui num sábado à noite até ao bar do costume. Arrumei o carro, e como o bar não ficava longe, fui a pé.
Ao virar da esquina..... clacclacclacclac... não é possível, o esqueleto voltou!
-Olá, caro amigo!
Boa noite senhor.... eu não sei como se chama, pode-me dizer?
-Chamo-me Alma, Alma, sou eu!
-Lindo, sem dúvida!
-Lindo ou feio não importa. O que importa é isto.
E mostrando um envelope, disse:
-Sabes o que é isto, mec?
-Mec, mas eu não me chamo mec!
-Mec, garçon, é francês e eu ando a aprender francês e já arranho umas coisas.
-Ah bom!?, é para um novo emprego, é?
-Emprego? Tu já me viste a trabalhar? Não, para ir até França e tenho aqui dois bilhetes de avião, um para ti e outro para mim, ou tu me dás a morada dela, ou vais comigo, se não quiseres, limpo-te o sebo, compreendido?
-O senhor Alma, mas eu não sei a morada!
-Está a brincar comigo ou quê? Sabe,sabe, ou me dizes ou morres já!
E juntando a palavra ao gesto, puxa pela faca que estava entre duas costelas, levanta o braço e...
Um grito de mulher se fez ouvir.
-Pare, pare, senão mato-o senhor esqueleto.
-Mais uma que me quer matar?
-Ah... és tu Carol? Deixa o Machado no chão, o senhor Alma, não me fará mal.
-Mas quem é você?
-Mas eu... sou o Alberto da Fonseca, Carol! Mas porque é que tu aqui vieste?
-Vim aqui para desfazer este esqueleto migalhas, ele que quer fazer mal à minha amiguinha de Braga, estou a par desta história toda e tenho perdido o meu tempo à procura dele.
Lá consegui convencer Carol a poisar o Machado que ela tinha herdado à sua nascença,
-Bom, senhor Alma, eu vou-lhe dar a morada, mas por favor não lhe faça mal, ela é uma senhora extraordinária.
-Não lhe estou a pedir opiniões, mas a morada, senão!....
Acreditei no pior e com a Carol também presente, não quis correr riscos e dei-lhe a morada.
O Alma partiu, clac...clac...clac...
-Táxi!!!!
Um táxi parou. O Alma entrou nocarro, e disse
-Aeroporto Sá Carneiro.
O condutor estava estupefacto com o que via e hesitou um pouco.
-Despache-se, homem, tenho que apanhar um avião.
O taxista lá segui as indicações do Alma
Chegado a Paris, consegui transporte para Beauvais, onde segundo o Alberto, se encontrava a criminosa.
Chegado a Beauvais, foi à morada indicada, bateu à porta e uma senhora veio abrir, Ao se deparar com os esqueleto, gritou por socorro, e caiu inanimada.
A criminosa, vamos lhe chamar Baião para não a ferir na sua sensibilidade, veio ver o que se passava. Ao deparar com o Alma, ficou hirta, olhos nos olhos do Alma, o Alma olhos nos olhos de Baião e.... caíram nos braços um do outro.
Tudo tem uma explicação.
Toda esta historia tem como base o amor entre uma jovem e um jovem. Um amor intenso, cheio de esperança. Com o andar dos tempos, zangaram-se por uma futilidade.
Ele deixou-a e ela para se vingar matou o esqueleto, o esqueleto desse amor que era o restava, Mas esse esqueleto do amor o que era? Era a alma que todo o amor possui e este não fugiu à regra, ela matou essa alma, mas nos seus corações o amor continuou, por isso ele a procurou e quando os amorosos se voltaram a encontrar, caíram nos braços um do outro
Textos com base de um poema, excelente, da nossa querida poetisa Roque Silveira
A. da fonseca