Talvez seja mister “remorrer” sempre,
Muito antes que a negra solidão entre,
Se instale e seja maior que si mesmo;
Pra que dúvida alguma fique a esmo.
Quem sabe esquecer da própria existência,
Num caminho de ida, retorno e essência;
Enquanto estão florescendo os crisântemos
Ou estão revivendo, aos poucos, os ânimos.
Certo de que – reviver - é amargura,
Cessa a incerteza sobre “remorrer”
Contida no cerne do próprio ser.
E se for essa uma verdade dura,
Que se cale, apenas espere, ao léu,
Promessas de júbilo sem troféu.
(Luciene Lima Prado)